sábado, 20 de julho de 2019

Sobre a necessidade de homões da porra

O bode que eu tenho dessas problematizações sobre vidas de celebridades é que nossas discussões estão sendo pautadas pelos sites de fofoca e programas de entretenimento. A criação aos padrões estabelecidos ou a criação de novos modelos partir de pessoas públicas, cujas vidas a maioria de nós conhece a partir do filtro de suas assessorias de comunicação.
Critica-se a imprensa que insiste em nos empurrar um modelo de feminilidade "bela, recata e do lar", mas insistimos no mesmo erro ao procurar modelos de masculinidade ideal em atores globais ou hollywoodianos. Se o pessoal é político, nosso modo de pensar a política continua sendo de cima pra baixo, o que não é apenas estéril, como é perigoso.
Seja nas questões privadas ou na política institucional o debate permanece centrado no indivíduo. A direita está sabendo se aproveitar disso e na mentalidade liberal e meritocrática que a própria esquerda reproduz e não se dá se conta, porque é arrogante e se recusa fazer autocrítica.
De fato, é mais fácil insistir num discurso catastrófico e chantagista de que a esquerda precisa se unir em torno de uma candidatura salvadora que pensar outras formas de atuação política que escapem aos modelos já estabelecidos. O problema, ao meu ver, não é quem é o homão da porra, mas insistir que precisamos dele, seja lá quem for.

P.S. Escrevi esse texto há um ano. Era sobre o marido da Fernanda Lima e acabou virando outra coisa. Hoje as lembranças do FB me mostraram ele e já que resolvi reativar esse blog, vou aproveitar e colocar textos antigos que ficaram perdidos na TL.

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