terça-feira, 13 de outubro de 2015

Sobre a série Narcos

Tem uma novela no Netflix chamada Pablo Escobar, o patrão do mal. A perspectiva é bem diferente, já que na versão do Padilha se fala do ponto de vista da DEA e na produção colombiana há uma ênfase na política local. A narrativa de Narcos, não linear e cheia de imagens de arquivo, além dos atores bonitões, é bem mais atraente. A colombiana é melodramática e cafona. Gosto porque sinto mais proximidade, me parece mais sulamericana.
Há incorreções históricas em ambas, mas o que de cara me chamou atenção é como as mulheres são retratas. Na novela colombiana, embora sejam minoria na trama, as mulheres são sujeito. A mulher que introduziu Pablo no tráfico de cocaína, Griselda Blanco nem é mencionada em Narcos; a mãe e a esposa do traficante são duas criaturas passivas que praticamente não têm voz e de modo geral as mulheres, como em Tropa de Elite, estão ali ou para: ser objeto sexual, gerar filhos, pra encher o saco, pra fazer besteira - que culmina em estupro e/ou morte.
Longe de mim querer protagonismo feminino no crime organizado. Mas é bem chato perceber que estamos em 2015 e as narrativas da cultura de massa insistam que tudo o que acontece no mundo é obra/consequência da ação de homens enquanto nós estamos lá apenas para servi-los.

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