sábado, 18 de janeiro de 2014

Tamanho G. De gostosa.


No fim do ano passado eu comprei meu primeiro vestido tamanho G. É um vestido vermelho bem mulher fatal, tipo de roupa que vai ficar bonito justamente se a pessoa que o usar tiver curvas. Mas por algum motivo, quem o fabricou decidiu que há um tamanho máximo de corpo pra ter direito a se vestir de mulherão.

Ontem eu vi na home do UOL uma galeria em que se podia votar nos melhores corpos do verão. Todas as mulheres da galeria eram magra ou muito malhadas estilo Panicat, não raro lipadas e/ou siliconadas. Só tinha duas negras, que não eram brasileiras. Na vida real quantas mulheres você conhece que se parecem com essas musas da mídia? Eu conheço pouquíssimas, mas conheço muitas mulheres que são bonitas  e atraentes, em todas as cores e formas e que no entanto não param de se torturar pra se adequar a esses padrões.

Como é que a gente muda isso? Se aceitando. Como essas garotas aqui.

 "Ah, você está falando isso porque você é bonita". Sim, eu gosto muito da minha aparência e estou bem satisfeita com ela. Mas eu acho que fiquei muito mais bonita - e feliz - depois que eu parei de achar que tinha que vestir 38, esticar meu cabelo com produtos tóxicos e melecar minha cara com produto caro do que quando eu tinha 20 anos e tinha corpo de Trip Girl. Eu aprendi a me amar. Não foi a idade, não foi a análise. Foi o FEMINISMO que me deu isso.

Talvez eu tivesse uma crise aos 18 anos se eu soubesse que depois dos 30 eu estaria vestindo G. Mas eu descobri com o feminismo que não é o meu corpo que está errado. É a indústria da moda, é a falta de diversidade de corpos femininos na mídia em geral. Meu G é de gostosa. E eu estou muito feliz com ele, obrigada.

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